Três vídeos que circularam pelas redes sociais fizeram o caso de
Valéria Lúcia dos Santos se tornar conhecido em todo o país. No primeiro
deles, a advogada está sentada na sala de audiência ao lado de sua
cliente e diz à juíza leiga Ethel de Vasconcelos que só vai se retirar
quando chegar o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no
3º Juizado Especial Cível, em Duque de Caxias, onde ocorria a audiência.
Neste mesmo vídeo, a juíza rebate que a audiência já havia terminado e
que ela deveria esperar do lado de fora. Valéria mantém sua posição e a
juíza afirma que vai chamar a polícia.
Em outro vídeo, Valéria está de pé e questiona a decisão de
expulsá-la da sala. Ela reivindica que tem o direito a “ler a
contestação e impugnar os pontos da contestação do réu”. “Isso está na
lei. Não estou falando nada absurdo”, fundamenta ela.
Nesse vídeo, já aparece o primeiro policial militar, que afirma que
“se ela tiver que sair, ela vai sair”. Valéria questiona que a juíza
está atropelando a lei e rebate reclamações de colegas que aguardam suas
audiências.
“Depois vocês querem reclamar de político que rouba, que faz tudo
errado. Se vocês, que são advogados, não estão respeitando a lei”.
Em um terceiro vídeo, Valéria está sentada no chão, algemada por
policiais militares. A advogada repete que está trabalhando e que tem
direito a isso, como mulher e negra. “Eu quero exercer meu direito de
trabalho. É o meu direito”.
As imagens causaram indignação entre advogados e levaram a seccional
fluminense da OAB a pedir punição máxima para os policiais e a juíza
leiga. Também a pedido da OAB, a audiência foi tornada sem efeito, e
será realizada novamente amanhã (18), dessa vez sob a condução do juiz
titular Luiz Alfredo Carvalho Júnior.
Relato do incidente
Valéria explicou porque questionou a decisão da juíza leiga. “Era um
dia normal de audiência, a causa era sobre uma cobrança indevida. Como
não houve acordo, eu teria que ver a contestação da ré, algo simples. A
juíza negou esse pedido, então saí em busca de um delegado de
prerrogativas da OAB”, conta ela.
No retorno, Valéria disse que se deparou com a audiência encerrada.
“Por isso, minha resistência para não sair da sala, para que o delegado
visse as violações que estavam ocorrendo. É meu direito como advogada
impugnar documentos. A juíza chamou a força policial, e me mantive na
resistência, nas prerrogativas profissionais”.
Fonte: Agência Brasil
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