Coluna - Segundo semestre de 2020 com menos games exclusivos


Nos últimos dias, chegaram às lojas dois games exclusivos muito aguardados pelos fãs. Quando digo “exclusivo”, falo de jogos disponíveis apenas em uma plataforma. No caso, Paper Mario: The Origami King, para o Switch, e Ghost of Tsushima, apenas no PlayStation 4. Com o lançamento recente dos jogos The Last of Us Parte 2 (PS4), Final Fantasy VII Remake (PS4) e Animal Crossing (Switch), parece que não sobrou nenhum game exclusivo de grandes produtoras - os chamados games AAA - para ser lançado até o fim deste ano. A única exceção é Halo Infinite, para as plataformas Xbox, que ainda não tem data confirmada, mas deve ser um dos títulos de lançamento do Séries X, no fim de 2020. 

Ainda é cedo para dizer se a situação irá manter-se assim. Afinal, a qualquer momento datas de jogos já anunciados podem ser confirmadas para este ano, ou até mesmo novos games podem ser apresentados. Ainda há uma expectativa que a Nintendo divulgue, em breve, novidades sobre o cronograma de próximos lançamentos para o Switch.

Isso significa que não existe mais nenhum título AAA para ser lançado nos próximos meses? Pelo contrário, o mercado espera alguns grandes lançamentos multiplataformas para este ano. O mais aguardado de todos é, com certeza, o Cyberpunk 2077, da CD Projekt Red,  a mesma desenvolvedora de um dos melhores games da atual geração: o The Witcher 3: Wild Hunt. Baseado no RPG de mesa Cyberpunk, o novo título mantém o gênero de RPG de ação em mundo aberto, com lançamento previsto para 19 de novembro para PC, Xbox One, Xbox Series X, PlayStation 4 e PlayStation 5.

Estas mesmas plataformas também vão receber alguns jogos de franquias consagradas. A Ubisoft tem duas sequências na manga: Watch Dogs Legion e Assassin's Creed Valhalla. Já a Square Enix prepara Marvel's Avengers, desenvolvido pela Crystal Dyanmics, da série Tomb Raider. Da Activision, vem aí Crash Bandicoot 4.

A falta de um calendário mais robusto nos dois últimos trimestres de 2020 tem algumas explicações. Em 2019, o fim do ano foi movimentado com arrasa-quarteirões como Red Dead Redemption 2 (PC), Monster Hunter: World - Iceborne (multiplataforma), Death Stranding (PS4), Control (multiplataforma), The Outer Worlds (multiplataforma), Gears 5 (Xbox One/PC), Luigi's Mansion 3 (Switch), The Legend of Zelda: Link's Awakening (Switch), Borderlands 3 (multiplataforma), e Need for Speed Heat (multiplataforma), entre outros.

Em junho do ano passado, já tinha ocorrido a E3, maior feira de games do mundo, na qual várias dessas novidades foram anunciadas ou apresentadas em detalhes pela primeira vez. A edição do evento este ano, como se sabe, foi cancelada por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). As empresas têm, cada uma a seu tempo, anunciado algumas novidades.

O isolamento social também está afetando a produção de novos jogos, como revelou a Nintendo em uma reunião com acionistas da empresa. Esse também foi o motivo alegado para o adiamento de diversos games, como Mafia: Definitive Edition, Guilty Gear Strive e Kerbal Space Program 2. Para completar, estamos vivendo uma transição de geração de videogames, com os estúdios e publicadoras já se adaptando e preparando novidades para o PlayStation 5 e Xbox Series X, que têm lançamento previsto para as últimas semanas de 2020. Mas, como geralmente acontece a cada lançamento de console, não devem contar com títulos muito empolgantes em seus primeiros meses.

Em tempos de confinamento por conta da pandemia, a demanda por games segue crescendo dia a dia, tanto que a Sony deve dobrar a produção de PlayStation 5 inicialmente prevista, segundo um relatório do site Bloomberg. Já a Microsoft decidiu suspender a fabricação do Xbox One X e Xbox Series S All Digital Edition com o objetivo de fomentar a procura pelo novo Xbox Series X.

Ainda que o número de lançamentos previstos esteja menor este ano, a oferta está longe de ser fraca. Mesmo sem poder sair de casa, não é difícil encontrar velhos e novos jogos - a bons preços - vendidos nas plataformas digitais. Com muitos jogos exigindo dezenas de horas para serem concluídos,  não vai ser difiícil achar lazer para se ocupar até o fim do ano, mesmo ficando mais tempo dentro de casa. 

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