Conforme divulgado nessa quarta-feira (22/7) pelo secretário de Estado de Saúde
de Minas Gerais (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, os dados da pandemia
em Minas apontam para uma estabilização. Embora o momento seja de alerta
devido ao número alto de casos, o estado não ultrapassou o registro de
60 mortes por dia por data de óbito e mantém, nos últimos sete dias, uma
média diária de 59 pacientes mortos pela covid-19, o que sugere um
platô da epidemia.
A Secretaria de Saúde acompanha constantemente a evolução no número de
óbitos causados pelo coronavirus. Quando um paciente morre supostamente
por causa da doença, porém sem que haja uma confirmação, são feitos
exames para investigar a causa da morte, o que pode demorar muitos dias
para o resultado. Confirmada a causa pela covid-19, o óbito, então, é
registrado no boletim epidemiológico da SES, o que não significa que a
pessoa morreu naquele dia.
Por esse motivo, a SES faz o monitoramento do cenário pandêmico
baseando-se na data do óbito do paciente. Na terça-feira (21/7), por
exemplo, morreram duas pessoas no estado infectados pela covid-19.
Trata-se de uma mulher de Betim, de 51 anos, e um homem, de 82, da
cidade de Uberlândia. Ambos tinham confirmação para a infecção.
No entanto, o boletim epidemiológico de quarta-feira (22/07) divulgou o
acumulado dos últimos dias, o que totalizou em 95 registros de mortes
nas últimas 24 horas. A alta se deve ao acúmulo de dados represados
pelos municípios, tanto por falta de profissionais para atualização aos
sábados e domingos quanto por resultado de confirmação dos óbitos pela
covid por laboratório.
Caminho da informação
O sistema de coleta de dados da SES funciona assim: o número de mortes
causadas pelo coronavírus é informado por cada município, que preenche
uma planilha diariamente a cada nova confirmação.
Essas informações não são atualizadas pela maioria das equipes de
vigilância epidemiológica municipais aos finais de semana, já que, em
muitas localidades, há profissionais que não trabalham aos sábados e
domingos.
Esse intervalo sem dados gera acúmulo das informações ao longo da
semana. “Depois do fim de semana, as equipes preenchem os dados nas
planilhas nas segundas-feiras, passam para as regionais e, assim, os
dados são atualizados para nós às terças-feiras à tarde. É por isso que
há um número mais alto de óbitos quando divulgamos os boletins
epidemiológicos nas quartas-feiras”, explica a médica epidemiologista da
SES-MG, Tânia Marcial.
Além disso, para a confirmação dos óbitos causados pela doença, em
muitos casos, deve-se considerar também a demora dos resultados
divulgados pelos laboratórios. Segundo comentou o secretário Carlos
Eduardo Amaral, em coletiva virtual (22/7) a média de atraso nessas
confirmações em relação à constatação da morte está em torno de dez dias
para 80% dos óbitos.
Média móvel
Uma das formas de se conhecer o comportamento mais próximo da realidade
da pandemia é a chamada Média Móvel, um indicador usado por
especialistas e em divulgações internacionais. Considerando as variações
que ocorrem para os registros de casos e óbitos nos boletins
epidemiológicos, como os atrasos nos preenchimentos das planilhas e a
demora dos resultados dos laboratórios, há um acúmulo na divulgação dos
casos, o que prejudica a real dimensão da doença.
Com a Média Móvel, é possível calcular uma média mais aproximada da
realidade do estado, ao se somar o número de mortes ou casos nos últimos
sete dias e dividir o resultado por sete. Em Minas Gerais, nos últimos
sete dias, foram registradas 332 novas mortes, subindo de 1.752 na
última quarta-feira (15/7) para 2.166 nesta quarta-feira (22/7). Ao
dividir esse número por sete, há uma média de 59 mortes por dia.
Inclusive, de acordo com dados do Ministério da Saúde, Minas Gerais
apresenta a 2ª menor taxa de óbitos (9,78) por 100 mil habitantes,
ficando atrás somente do Mato Grosso do Sul (8,92). O resultado de Minas
é 77% menor que a média dos estados (41,70), e 75% menor do que a média
brasileira (38,78).
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