O Agronegócio movimenta o Brasil


Nas duas últimas décadas, onde boa parte do Brasil teve dificuldade em gerar de renda, o agro mostrou ser uma máquina eficaz de criação de recursos à nossa sociedade.

Analisando dados das duas últimas décadas (FGV), o professor de Economia da Universidade de São Paulo, José Roberto Mendonça de Barros, mostra que a produtividade do trabalho cresceu apenas 0,9% ao ano.

O setor de serviços (73,2% do PIB) teve produtividade crescendo somente 0,3% ao ano,  a indústria (21,2% do PIB) teve sua produtividade caindo 0,8% ao ano e já a agricultura/pecuária (5,5% do PIB) teve crescimento de produtividade de 5,4% ao ano. Duas décadas crescendo mais de 5% ao ano.

E o que esperar do futuro?

Olhamos primeiro para o curto prazo e na sequência para as oportunidades de longo prazo. No Brasil, o Relatório Focus do Banco Central estima o PIB crescendo 2,80% em 2019. A inflação fica em 4,25% em 2019, a taxa de juros seria de 8,00% e, finalmente, o câmbio em R$/US$ 3,40 (dez/2019).

Este crescimento do nosso PIB após um período sombrio, deve favorecer o agronegócio pela volta do consumo no mercado interno, puxando vendas de carnes e lácteos principalmente, e com isto os grãos para fazer as rações usadas nestas produções.

Outros produtos também devem ter mercados crescentes, gerando oportunidades. No lado mundial são boas também as perspectivas, pois teremos pelo menos dois anos de economia mais aquecida e consumidora.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) o Brasil é um dos países nos quais a produtividade no campo mais sobe em todo o mundo. Além disso, as mudanças no comportamento do público abrem novos nichos de mercado.

Como as pessoas se preocupam cada vez mais com a origem daquilo que põem à mesa, os produtores que investem em sustentabilidade e transparência tendem a sair à frente da competição.

E para o longo prazo do agro?

Somos produtores de comida, e o mundo segue crescendo e precisando deste produto. O “Outlook Fiesp – Projeções para o Agronegócio Brasileiro 2027” trouxe importantes projeções, a saber: na soja em 10 anos teremos aumentos de 17% na área (39,7 milhões de hectares), 8% na produtividade (3,6 toneladas por hectare) e 27% no total produzido (144,4 milhões de toneladas), levando as exportações para quase 90 milhões de toneladas (43% acima).

No milho teremos aumentos de 10% na área (19,3 milhões de hectares), 10% na produtividade (6,1 toneladas por hectare) e 20% no total produzido (117,7 milhões de toneladas), levando as exportações para 53 milhões de toneladas (75% acima).

Exemplo para o mundo

O Brasil possui uma demanda interna alta para a maioria das culturas e dos vários tipos de carnes produzidas aqui, no entanto, são nossos parceiros comerciais espalhados pelo mundo e que nos geram ainda mais esperança de possibilidade de crescimento e estimulam a busca continuada por aumento de produtividade.  

O país tem parceiros importantes, como a União Europeia, os países árabes, a Argentina, além dos principais, que são China e Estados Unidos. Um dos principais produtos comprados do Brasil pela China é a soja. O Brasil já é o maior exportador de soja do mundo e o segundo maior produtor perdendo apenas para os Estados Unidos.

Para a soja a perspectiva é ainda melhor por conta do conflito comercial entre EUA e China, que já dura alguns meses e deve persistir por mais um tempo.

Fonte: AgroSaber

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