O Hospital Metropolitano Dr. Célio de
Castro (HMDCC) inaugura em junho 10 leitos de saúde mental em mais uma
iniciativa inovadora da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte e
inédita na Rede SUS-BH. “Na perspectiva da integralidade, o nosso
objetivo é promover a continuidade do cuidado oferecido nos Centros de
Referência em Saúde Mental (CERSAMs) de Belo Horizonte para pacientes
com sofrimento mental e com problemas clínicos associados” afirma a
diretora Assistencial, de Ensino de Pesquisa do HMDCC, Yara Ribeiro.
Diretora executiva do hospital, Maria do
Carmo explica que o atendimento será exclusivamente para casos cuja
resolução exigir aparato tecnológico e/ou especialistas que não atendem
nos CERSAMs. “São casos como intoxicações e manifestações graves de
abstinência por uso de álcool e outras drogas, ou ainda por serem
portadores de outras patologias clínicas ou cirúrgicas associadas ao
sofrimento mental que exigem intervenção em um hospital geral”,
exemplifica.
"A nossa proposta é que todo o Hospital
saiba fazer o acolhimento ao paciente com sofrimento mental ou com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Para
isso, faremos uma capacitação em saúde mental dos nossos profissionais
para ampliar o olhar da equipe, desestigmatizar a percepção sobre esses
pacientes e melhorar a qualidade da atenção”, explica a Yara Ribeiro.
Psiquiatria de consultoria e ligação
Para isso, o Hospital Célio de Castro já
conta com profissionais para compor a equipe multidisciplinar para a
atenção a esses pacientes. A médica psiquiatra Christiane Ribeiro
desempenhará a função de psiquiatra de consultoria e ligação. “Nesse
modelo, o psiquiatra não entra na equipe de profissionais como
assistência propriamente dita, mas para aconselhar esses profissionais
sobre a conduta que deve ser adotada com pacientes com transtornos
psiquiátricos”, explica Christiane Ribeiro. Dessa forma, trata-se de um
modelo descentralizado em que o princípio é orientar a equipe nas
condutas psiquiátricas o que, a longo prazo, significa ter um corpo
clínico qualificado para o atendimento ao paciente com sofrimento
mental.
Implantação
Desde o início de maio, Christiane
Ribeiro atua na função de psiquiatra de consultoria e ligação nos casos
de pacientes que já estavam internados no Hospital Célio de Castro e que
apresentam sofrimento mental ou situação de abstinência. Nessa primeira
fase para a implantação dos dez leitos de saúde mental em enfermaria
geral, a equipe composta por médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, assistente
social e fisioterapeuta já começou a ser capacitada para receber esse
perfil de pacientes.
A segunda fase é a abertura dos dez leitos de saúde mental em junho. Para esse trabalho, o HMDCC contará também com dois residentes em psiquiatria do Hospital Metropolitano Odilon Behrens.
A segunda fase é a abertura dos dez leitos de saúde mental em junho. Para esse trabalho, o HMDCC contará também com dois residentes em psiquiatria do Hospital Metropolitano Odilon Behrens.
Pacientes regulados
O acesso dos pacientes aos leitos de
saúde mental do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro será regulado
pela Coordenação Municipal de Saúde Mental e pela Central de Internação
da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-BH) dentro da lógica de
referência e contrarreferência. Ou seja, através da troca de informações
entre os diferentes níveis de atenção (CERSAM, Hospital e Centro de
Saúde) permite-se a criação de um ambiente favorável à abordagem do
paciente como um todo.
Rede de Atenção Psicossocial
A iniciativa atende à política de Rede
de Atenção Psicossocial (RAPS) do Ministério da Saúde, instituída pela
Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011 que inclui como pontos de
atenção da RAPS o Serviço Hospitalar de Referência para a atenção a
pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades de saúde
decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas. A iniciativa segue a
lógica antimanicomial e a construção de ações coletivas e
intersetoriais que valorizem o cuidado em liberdade, busca a conquista
da cidadania e a reinserção social.
A RAPS habilita hospitais gerais, Maternidades e Hospitais de Pediatria para oferta de leitos de saúde mental. O principal objetivo deste ponto de atenção é oferecer cuidado hospitalar para pessoas com transtornos mentais e/ou com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas para avaliação diagnóstica e o manejo de situações de crise e/ou vulnerabilidade extrema que apresentem risco de vida para o usuário.
A política prevê que o acesso deve ser regulado a partir de critérios clínicos e as internações devem ser de curta duração, priorizando a superação da lógica asilar realizada pelos Hospitais Psiquiátricos.
A RAPS habilita hospitais gerais, Maternidades e Hospitais de Pediatria para oferta de leitos de saúde mental. O principal objetivo deste ponto de atenção é oferecer cuidado hospitalar para pessoas com transtornos mentais e/ou com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas para avaliação diagnóstica e o manejo de situações de crise e/ou vulnerabilidade extrema que apresentem risco de vida para o usuário.
A política prevê que o acesso deve ser regulado a partir de critérios clínicos e as internações devem ser de curta duração, priorizando a superação da lógica asilar realizada pelos Hospitais Psiquiátricos.
Fonte: Site PBH
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