O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), realizou, em Belo Horizonte, o “Workshop sobre Doenças Virais de Importância na Produção de Suínos”. O objetivo foi discutir medidas para reduzir fatores de risco de entrada de doenças virais, mantendo protegida a saúde do rebanho suíno e a melhoria da vigilância no campo. Participam autoridades da cadeia produtiva de suínos, entre médicos veterinários, pesquisadores, docentes, líderes e demais profissionais.
No evento dessa quinta-feira (10/10), o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Negro, destacou a proposta de integração entre o IMA, associações do setor produtivo e iniciativa privada. “É importante reunir toda a cadeia produtiva da suinocultura para troca de experiências com profissionais do setor. Outro ponto relevante é estimular produtores de suínos para o cadastro de suas granjas no IMA, para que os fiscais agropecuários possam realizar a vigilância ativa do controle sanitário de risco”, alertou o médico veterinário.
O workshop, no Parque da Gameleira, também contou com palestras da coordenadora estadual do Programa de Sanidade Suídea do IMA, a médica veterinária Júnia Mafra (‘Papel do Serviço Veterinário Oficial no atendimento às enfermidades de notificação obrigatória’) e da professora titular da Universidade de São Paulo, também médica veterinária Massaio Ishizuka (“Peste Suína Clássica - PSC e Peste Suína Africana”).
A iniciativa está em andamento em todo o Brasil e, em Minas, já aconteceu em Patos de Minas, região polo da suinocultura mineira. O workshop é promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileiras da Empresas de Genética de Suínos (Abegs) e Associação de Médicos Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves).
Vigilâncias
Caso exista suspeita de doenças, como a presença de sinais e sintomas ou aumento da mortalidade, é necessário que o produtor faça a notificação ao IMA para acompanhamento das investigações e das medidas sanitárias a serem tomadas pelos fiscais agropecuários. O produtor rural pode buscar a unidade mais próxima do instituto pelo endereço ima.mg.gov.br/atendimento/nossas-unidades, ou enviar a notificação pelo e-mail: [email protected]. Os médicos veterinários vão até a propriedade para investigar e coletar material, que será destinado para o diagnóstico realizado pelo Laboratório de Saúde Animal (LSA) do IMA.
Por meio do Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS), o IMA executa diversos trabalhos de defesa sanitária, com objetivo de assegurar a sanidade do rebanho de suínos do estado. Uma das ações contempladas é a vigilância permanente da Peste Suína Clássica (PSC), realidade que é aplicada tanto para as zonas livres da doença, quanto para aquelas que apresentam focos.
Minas é zona livre de PSC desde 2001 com reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em 2016, o estado recebeu o mesmo reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A concessão do status de área livre contribui para que Minas amplie sua participação no mercado internacional, aumentando as vendas de carne suína para outros países.
O status de área livre de PSC foi conquistado pelo serviço de defesa sanitária animal do IMA em conjunto com produtores e granjas. Entre as diversas ações realizadas pelo instituto estão a coleta periódica de soro de reprodutores em frigoríficos, no intuito de identificar a existência do vírus da doença em animais, e o atendimento imediato do órgão às notificações de suspeita de animais com a doença. A Peste Suína Clássica não tem cura e, uma vez diagnosticada, o animal tem de ser sacrificado.
Por sua experiência na adoção de medidas para preservar a saúde dos animis, o IMA foi convocado pela Divisão de Sanidade dos Suídeos do Mapa a apoiar o combate a focos da Peste Suína Clássica no Piauí. Para saber mais sobre a ação clique aqui.
Cartilha
O IMA elaborou e disponibilizou cartilha – disponível neste endereço - alertando os suinocultores mineiros sobre as formas de transmissão e medidas preventivas para a Peste Suína Clássica e Peste Suína Africana nos rebanhos no estado. Quanto à Peste Suína Africana, diversos países do Leste Europeu e continente africano, e também China e Rússia, já registraram focos da doença. O Ministério da Agricultura está adotando todos os cuidados para evitar a chegada deste vírus ao Brasil. Minas Gerais realiza vigilância permanente.
Mercado
Minas Gerais ocupa lugar de destaque na suinocultura do país, com cerca de 5 milhões de suínos em granjas. Em 2019, o estado exportou, de janeiro a setembro, US$ 16 milhões de carne suína para diversos países. Foram abatidos em Minas Gerais, no primeiro semestre deste ano, 2,8 milhões animais.
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