Também conhecida como taiova, orelha-de-elefante, macabo, mangará, taiá e yautia, a taioba pode ser o ingrediente ideal para tornar o cardápio mais nutritivo. Com alto consumo e cultivo em regiões tropicais e subtropicais, a espécie - que integra o grupo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs) - vem sendo estudada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) na região Centro-Oeste do estado.
O projeto “Cultivo de taioba a pleno sol e sombreamento na região central de Minas Gerais”, coordenado pela chefe-geral da Epamig Centro-Oeste, Marinalva Woods, tem como objetivo atender a demanda regional por informações sobre o cultivo da hortaliça, além de propor o resgate de culturas e costumes alimentares saudáveis, com foco na ampliação da diversidade de alimentos e aumento de renda para produtores.
“A taioba geralmente é plantada nos fundos de quintais, onde se desenvolve muito bem durante todo o ano. Por ser uma espécie mais típica da Mata Atlântica, é necessário sombreamento para que ela se desenvolva. Estamos estudando as melhores condições. Neste experimento, trabalhamos com telas visando criar um ambiente próximo do ideal, mas em um sistema comercial” explica Marinalva.
A inciativa é desenvolvida no Campo Experimental da Epamig de Santa Rita, em Prudente de Morais, região de transição ao Cerrado. Os trabalhos de pesquisa dão continuidade aos estudos realizados na Zona da Mata mineira, em área de clima mais quente e seco.
Além disso, o estudo também busca dialogar com trabalhos realizados em outras instituições, como a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Como ainda são poucas as informações técnicas capazes de auxiliar o cultivo, a ideia é justamente ampliar o conjunto de dados sobre a planta alimentícia não convencional.
Demanda
Atualmente, a produção de taioba no estado não supre a necessidade de mercado, além de ainda serem poucas as informações técnicas capazes de auxiliar o cultivo.
Com o estudo, a Epamig espera avaliar o acúmulo de nutrientes e de oxalato de cálcio, composto químico que, em excesso, pode ser prejudicial à saúde. Em períodos de temperaturas baixas ou de muito sol, por exemplo, as folhas ficam inadequadas para consumo e com má apresentação. Daí a necessidade de se compreender melhor as alternativas para a correta e segura produção.
“Logo após análise dos resultados, vamos repassar as informações aos técnicos da área e produtores. Almejamos colocar a hortaliça de forma regular no mercado e trazer diversidade ao prato do consumidor” conclui Marinalva.
Vertentes
A Epamig já realiza outras atividades de resgate de hortaliças não convencionais. Foram montados três bancos de multiplicação das espécies nos campos experimentais Santa Rita (em Prudente de Morais), Risoleta Neves (São João del-Rei) e Vale do Piranga (em Oratórios). Em outras frentes de pesquisa, são analisadas espécies como araruta, ora-pro-nóbis, azedinha e mangarito.
*Com informações da Revista Minas Faz Ciência e de Maurício Guilherme Silva Jr.
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