A Fundação Ezequiel Dias (Funed) apresenta pesquisas que podem trazer melhorias para pacientes que realizam tratamentos oculares para a uveíte e para a degeneração macular relacionada à idade. A inovação é o diferencial de estudos de doenças sérias e que podem levar à cegueira.
Uma das pesquisas prevê o uso do medicamento Talidomida para tratamento da uveíte. Já a outra novidade consiste em um implante biodegradável para administração intraocular de fármacos, cuja patente é a mais recente registarada pela fundação.
Pesquisa
A uveíte é uma doença inflamatória que acomete especificamente as regiões da íris, corpo ciliar e coroide do olho. Em alguns casos, pode também atingir a retina e o nervo óptico. Trata-se da terceira maior causa de cegueira no mundo e apresenta importante impacto socioeconômico devido às complicações, que encurtam a capacidade produtiva dos indivíduos, prejudicam a qualidade de vida dos pacientes e oneram os serviços de Saúde Pública.
Pesquisadores da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Funed, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizaram estudo sobre o uso da Talidomida - medicamento produzido com exclusividade pela Funed - para o tratamento da uveíte. “Embora os corticoides sejam considerados os fármacos de escolha para o tratamento da doença, seu uso prolongado causa sérios efeitos adversos, independentemente da via de administração utilizada”, explica Sílvia Fialho, diretora da DPD e uma das responsáveis pelo estudo, junto com as também pesquisadoras da Funed, Luciana Silva e Maria Carolina Guerra.
Na pesquisa, o fármaco com atividades anti-inflamatória e antiangiogênica - agente que inibe ou reduz a formação de novos vasos sanguíneos a partir de vasos preexistentes - foi aplicado com nova proposta. “No trabalho, um modelo efetivo para o estudo de inflamações oculares de baixo custo foi desenvolvido. A Talidomida, após administração intravítrea, constitui uma potencial terapia para o tratamento de uveítes em substituição ao uso de corticoides”, ressaltou a pesquisadora Sílvia Fialho. A pesquisa realizada está relatada em artigo publicado no jornal International Immunopharmacology. Para ler o artigo, clique aqui.
Nova patente
Também na área de inovações em tratamento ocular, a Funed acaba de depositar a patente “Implante biodegradável revestido por nanofibras poliméricas para administração intraocular de fármacos” no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A nova tecnologia pode ser usada para induzir o medicamento para tratar e controlar doenças oculares associadas à angiogênese - processo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes - tal como a degeneração macular relacionada à idade. A doença ocular crônica causa danos à área central da retina e é considerada a principal causa mundial de cegueira irreversível em adultos.
Como funciona?
No tratamento atual com maior índice de melhora da acuidade visual, recomenda-se a administração mensal de injeções intraoculares de agentes anti-VEGF (fator de crescimento vascular endotelial), que ocasionalmente podem ser combinadas com outros fármacos para obtenção de um melhor resultado.A frequência de injeções intravítreas, no entanto, pode causar sérios efeitos adversos.
Já a nova tecnologia desenvolvida pela Funed prevê o uso de sistemas de liberação prolongada, alternativa importante para a eficiência no tratamento de doenças que acometem o segmento posterior do olho, com redução de efeitos adversos.
Segundo a equipe envolvida na pesquisa, os implantes biodegradáveis podem ser usados no tratamento da degeneração macular relacionada à idade com o diferencial de reduzir os riscos relacionados às frequentes injeções intraoculares.
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