O bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva será o único atleta da América do Sul a receber a placa de Patrimônio Mundial da World Athletics, homenagem criada pelo Departamento de Legado da entidade que administra a modalidade.
“Em 2018, essa homenagem foi criada para celebrar os que fizeram a história do atletismo em todo o mundo, e o Brasil é o único país da América do Sul a ganhar essa honraria”, disse à Agência Brasil o presidente da Consuldatle (Confederação Sul-Americana de Atletismo) e integrante do Conselho da World Athletics, Helio Gesta.
Adyel Silva, filha do bicampeão olímpico, celebra a homenagem da World Athletics e lamenta a falta de respeito dos brasileiros pelo legado do pai, que faleceu em 2001. “É sempre bom que, no meu caso, o meu pai, no caso do meu filho, o avô dele seja homenageado. Mesmo vindo de fora do Brasil, esses gestos de respeito e carinho são importantes demais. Ficamos felizes mesmo sabendo que o Brasil não respeita a história de meu pai. Conquistar tudo o que ele conseguiu em uma época em que, para ser atleta olímpico, tinha que ser amador, uma vida praticamente espartana, é um feito admirável”, declarou à Agência Brasil.
Segundo Helio Gesta, a placa em homenagem ao brasileiro medalhista de ouro nos Jogos de 1952, em Helsinque (Finlândia), e de 1956, em Melbourne (Austrália), no salto triplo deve ser instalada no Centro Esportivo Tietê, em São Paulo, em dezembro desse ano. Nesse local funcionava o Clube Tietê, no qual Adhemar alcançou o primeiro dos cinco recordes mundiais da carreira. Em três de dezembro de 1950, o ex-atleta saltou 16 metros cravados (igualando a distância saltada pelo japonês Naoto Tajima).
“Na última reunião presencial da World Athletics, em março, recebi a incumbência de trazer a placa, que já estava pronta. Ela está comigo na minha residência em Manaus. A ideia era instalá-la em março mesmo, após as Assembleias da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) e da Consuldatle, mas a pandemia da covid-19 acabou mudando tudo. E agora nosso plano é formalizar a homenagem no final desse ano”, explicou Helio Gesta.
Além de Patrimônio Mundial da World Athletics, o triplista será consagrado esse ano ao entrar no Hall da Fama do COB (Comitê Olímpico do Brasil).
Atletas históricos como Jesse Owens, Emil Zatopk, Paavo Nurmi, Fanny Blankers-Koen e Abebe Bikila, e competições como a Maratona de Boston, Penn Relays e o Memorial Van Damme, já integram a lista de condecorados pela entidade máxima do atletismo.
Técnico alemão também é homenageado
O alemão Dietrich Gerner, técnico e grande orientador do bicampeão olímpico, também vai ser homenageado. Ele foi escolhido por ser considerado a “primeira lenda” entre os treinadores da América do Sul.
A tradicional Corrida Internacional de São Silvestre também será homenageada por sua importância histórica. A disputa, criada em 1925, chega a contar com 30 mil participantes e tem 15km de distância. O prêmio será entregue à Fundação Cásper Líbero, dona dos direitos do evento.
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