Desde que foi readaptada para ser ponto de referência para pessoas em situação de rua, a Serraria Souza Pinto – espaço administrado pelo Governo de Minas, por meio da Fundação Clóvis Salgado – tem colhido bons resultados por meio dos projetos #ARteSalva e Canto da Rua Emergencial. A ação é articulada entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e a Arquidiocese de Belo Horizonte.
Em funcionamento desde junho, o local tem oferecido alguns serviços para garantir dignidade a moradores da capital que estão em situação vulnerável durante a pandemia. Até agora, foram 10.042 atendimentos, uma média de 350 pessoas por dia. Cerca de quatro mil banhos, 20 mil lanches entregues e quase 200 animais de estimação atendidos.
Divulgação / Secult / Isabella Monteiro |
Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, os números refletem a solidariedade do povo mineiro e a força das parcerias. “As pessoas que estão recebendo atendimento na Serraria Souza Pinto nos lembram da importância de se pensar no outro em um momento tão desafiador. Esse projeto nos permitiu desenvolver uma grande rede articulada e solidária para garantir os direitos básicos da população em situação de rua, que muitas vezes é invisibilizada e merece toda dignidade e respeito”, pontua.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, reforça a importância do trabalho que tem sido feito e o impacto do acolhimento na população em situação de rua. “O espaço é referência, estamos muito satisfeitos com o trabalho neste momento delicado, especialmente para as pessoas já mais vulneráveis", afirma.
Solidariedade ampliada
Os serviços vão além da assistência emergencial. Profissionais foram destacados para assistir às questões sociais dos moradores, como problemas com documentos, denúncia a respeito de violência e explicações com relação a direitos humanos.
Nesse período, foram feitos 900 atendimentos socioassistenciais e 182 consultas e encaminhamentos pelo Ministério Público. Já a Defensoria Pública realizou 126 consultas e encaminhamentos, e o Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil) atendeu cerca de 240 demandas de certidões e documentos, sendo que, deste total, foram emitidas 74 carteiras de identidade.
Para Fábio Júnior da Silva, de 38 anos, que vive nas ruas há dois anos, o Canto da Rua Emergencial resgatou sua dignidade e trouxe mais esperança para quem estava à mercê da pandemia. “O projeto trouxe muitos benefícios para a gente: saúde, bem-estar, atendimento jurídico, assistência psicológica. Foi com carinho, amor, sentimento e humanidade que as pessoas nos enxergaram”, destaca. Antes das medidas de isolamento social, Fábio sobrevivia da venda de artesanato feito com sabão nas ruas da capital.
Atenção
Diariamente, das 8h às 14h, a população em situação de rua conta com serviços como lanche; banho e sanitários; troca de roupa; corte de cabelo e barba; atendimentos socioassistenciais e jurídicos; orientações e cuidados com saúde básica, saúde bucal e de prevenção à covid-19; atendimento aos animais de estimação; auxílio para emissão de certidões e documentação; e defesa e garantia de direitos.
São admitidos grupos de 30 pessoas, que passam por barreira sanitária. Os casos sintomáticos são encaminhados imediatamente para atendimento.
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