Quando falamos em agrotóxicos, basicamente todas as opiniões são baseadas em informações equivocadas e pouco técnicas, repletas de interesses de todos os lados.
Esses produtos são essenciais para que a alimentação humana possa ser completa e disponível para todos, não só para as classes privilegiadas. É preciso lutar contra um problema que afeta todo o mundo: a fome.
Essa é uma resposta a desinformação disponibilizada e compartilhada por muitas pessoas, na maioria das vezes, bem intencionadas, na internet. É hora de esclarecer as verdades sobre a produção agrícola no Brasil e no mundo.
1 – Chame de agrotóxico, defensivo agrícola ou pesticida
É verdade que o nome “defensivo agrícola” não é usado mundialmente, mas o mesmo vale para “agrotóxico”. Termos como “pesticidas” são mais disseminados e demonstram exatamente o que são esses produtos: compostos capazes de eliminar as pragas das lavouras. Também podem ser chamados de “herbicidas” quando a ideia é combater plantas daninhas, e não espécies animais.
O termo “defensivo agrícola”, porém, faz todo o sentido: o uso é
feito no sentido da defesa das lavouras para que terríveis pragas como a
lagarta-da-espiga do milho não sejam capazes de acabar com toneladas de
produtos que poderiam alimentar o Brasil e ainda servir como material
de exportação, ajudando a nossa economia.
2 – As quantidades de resíduos que chegam à sua mesa não oferecem riscos
Os defensivos agrícolas usados no Brasil, infelizmente, não são os mais modernos. O Projeto de Lei 6299/02 pretende mudar isso ao derrubar a burocracia existente para aprovação de novos produtos que já são usados na Europa, Japão e Estados Unidos e trazê-los para cá sem a atual demora de cerca de oito anos.
Ainda assim, eles já são produzidos para terem rápida decomposição e não são aplicados diretamente nas partes consumíveis. A chance de resíduos chegarem à mesa são muito pequenas: o estudo mais recente da Anvisa monitorou 12.051 amostras de alimentos à venda em supermercados e chegou à conclusão que 98,89% deles ou não possuem nenhum traço dos defensivos agrícolas, ou possuem em um nível completamente irrisório.
3 – Agrotóxicos só fazem mal à saúde se houver desrespeito às leis
Muito se fala sobre as doenças que podem ser causadas pelos defensivos agrícolas: vários tipos de câncer, alterações na tireóide, má-formação congênita e etc. Mas como é que as pessoas adquirem essas condições através dos produtos? Bom, é necessário contato direto. E esse contato só acontece em casos de grande descuido ou desrespeito às leis.
Existem leis e regulamentações que limitam em quais áreas pode-se aplicar os pesticidas via aérea ou apenas via terrestre, e isso é determinado através da proximidade com áreas urbanas. Ao mesmo tempo, a contaminação dos trabalhadores rurais só é possível se os equipamentos de segurança não forem usados de forma adequada.
4 – Os agrotóxicos se concentram em partes não comestíveis dos alimentos
Dentre os necessários esclarecimentos sobre agrotóxicos, alimentos orgânicos e agroecológicos, é preciso dizer que a aplicação dos defensivos agrícolas não é feita diretamente nas partes comestíveis dos produtos, sejam elas as frutas, folhas ou raízes. A maior quantidade é dissipada para impedir o ataque de pragas que agem de formas diversas e atacam diferentes setores de uma planta.
Porém, voltando ao segundo item, quando foi citado o estudo da Anvisa sobre a quantidade de alimentos encontrados nos supermercados com indícios se agrotóxicos, note que o exemplo citado como tendo uma maior quantidade de resíduos restantes foi a laranja. O segundo colocado, já bem abaixo, é o abacaxi. O que essas frutas têm em comum? Cascas não comestíveis.
5 – Orgânicos criam mecanismos de defesa naturais que também são tóxicos
O pesquisador norte-americano Bruce Ames, especialista em bioquímica da Universidade de Califórnia, em Berkeley, concluiu em um estudo recente que, quando não tratadas com defensivos agrícolas e atacadas por pragas, plantas tendem a desenvolver algumas características próprias como mecanismo de defesa. E essas características são tóxicas para os seres humanos.
Entre as substâncias produzidas, estão o ácido salicílico (base da aspirina) e compostos fenólicos (antioxidantes que são positivos na quantidade normal que existem nos vegetais, mas prejudiciais em exagero). Assim, quando falamos em produção orgânica sabemos que, além de insustentável, ela não é tão positiva à saúde como se vende.
Sempre pesquise e se mantenha informado sobre esse assunto. Esperamos que esses esclarecimentos sobre agrotóxicos, alimentos orgânicos e agroecológicos tenham ajudado a diminuir preconceitos e levar mais informação à população em relação a algo tão importante!
Fonte: AgroSaber
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