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O governador do estado de São Paulo, João Doria, e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, estão otimistas quanto à edição 2020 do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Eles avaliam que as condições sanitárias do município (que recebe a prova desde 1972 e, ininterruptamente, desde 1989) possibilitam a realização da corrida, que ainda não foi confirmada no calendário. A temporada do campeonato, que iniciaria em março, foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19) e só começou no último domingo (5).
“Estamos em contato com a organização, mostrando os números da pandemia na capital e dando a eles total tranquilidade para manter a prova. Estamos mostrando que os números da cidade não são a realidade do país como um todo, que deixa a organização preocupada. Esperamos que eles [Liberty Media, empresa responsável pela F1] compreendam que não há risco para a prova ser disputada em novembro”, declarou Covas em entrevista coletiva nesta sexta (10).
Já Doria sublinhou que o contrato para realização da corrida no autódromo José Carlos Pace (Interlagos) está em vigência até o fim de 2020. “Em relação a este ano, o contrato tem de ser cumprido de parte a parte, havendo condições sanitárias, e tudo indica que sim. Há também o contrato com a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão. A nossa posição é de que o contrato será cumprido”, afirmou o governador na mesma entrevista coletiva.
A última atualização do Ministério da Saúde, das 18h30 (de Brasília) de quinta (9), informa que o Brasil tem pouco mais de 1,75 milhão de casos da covid-19, com 69.184 óbitos. O boletim da prefeitura de São Paulo, referente ao mesmo dia, indica que o município teve 178 mil registros confirmados do vírus desde o início da pandemia, com 8.042 mortes. Na comparação com sete dias anteriores, o documento da capital indica uma queda no número novas internações (6%) e de falecimentos (5,8%) pelo novo coronavírus.
Há uma semana, o chefe da equipe Mercedes, o austríaco Toto Wolff, revelou, em entrevista à BBC (empresa pública de comunicação britânica), que o presidente e diretor-executivo da F1, o americano Chase Carey, cogita não realizar a prova brasileira neste ano. Sete corridas inicialmente previstas para 2020 foram canceladas: Austrália, Mônaco, França, Holanda, Azerbaijão, Singapura e Japão.
Futuro do GP
Na renovação do contrato com a Liberty Media para a sequência do GP Brasil, São Paulo tem a concorrência do Rio de Janeiro, que pretende construir um circuito de F1 em Deodoro, zona oeste do município. A obra, no entanto, depende da aprovação do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Ex-prefeito da capital paulista, Doria disse que prefeitura e governo do estado aguardam a decisão da empresa.
“Pregamos o bom senso. Temos um autódromo pronto, consagrado, que está entre os cinco melhores do mundo. Nada contra o Rio, mas não faz sentido um gasto de R$ 1 bilhão para construção de um autódromo, em uma área que não tem licença ambiental, em um momento de pandemia e escassez de recursos no país, sejam eles públicos ou privados”, avaliou o governador. “Entendemos que a Fórmula 1 é um projeto significativamente importante ao turismo da capital, além do aspecto do esporte”, concluiu.
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