A estiagem prevista para o segundo semestre deve ser a mais severa em
quase um século. O baixo volume dos rios prejudica a geração de energia
nas usinas hidrelétricas e dificulta o transporte hidroviário, usado
para escoar grande parte da produção do agronegócio.
Entre as medidas emergenciais adotadas pelo Ministério de Minas e
Energia estão o lançamento de campanhas para incentivar a economia e
evitar o desperdício de água e luz.
O secretário de Energia Elétrica do ministério, Christiano Vieira, citou
as medidas preventivas que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
adota desde outubro do ano passado.
Essas medidas vão pesar na conta de luz. O secretário Christiano Vieira
estima que o custo adicional até o fim deste ano seja de R$ 9 bilhões, o
que equivale a 4,6% de toda a receita do setor elétrico.
Nessa terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica reajustou em
52% o valor da bandeira vermelha dois na conta de luz. Subiu de R$
6,24 para R$ 9,49.
O ex-integrante do Conselho Nacional de Política Energética e professor
do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília, Ivan
Camargo, avaliou que o encarecimento da energia é uma forma eficiente
de reduzir o consumo imediatamente. Mas Ivan Camargo alerta que é
importante pensar também em medidas de longo prazo, para evitar que essa
situação volte a ocorrer.
Ainda de acordo com o especialista, a retomada da atividade econômica
criou a expectativa de aumento no consumo de energia neste segundo
semestre, após seis anos de estabilidade.
O Ministério de Minas e Energia articula, com outras entidades públicas e
privadas relacionadas, o lançamento de um programa para alterar o
horário de picos de consumo. A ideia é que a adesão seja voluntária e,
antes de entrar em vigor, a proposta passe por uma consulta pública.
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