Operações de busca em Brumadinho vão ganhar mais agilidade

 


As buscas por vítimas da tragédia de Brumadinho ficarão ainda mais ágeis a partir de agora. Nesta quinta-feira (21/10), em que se completam mil dias de trabalho dos bombeiros na área onde ocorreu o rompimento da barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), informou que serão instaladas mais quatro estações que fazem a separação do rejeito de minério por meio de vibração - uma entrou em operação no mês passado.  

"Essas estruturas facilitam a retenção das partículas maiores do minério, permitindo uma redução considerável no tempo de buscas, já que os bombeiros conseguirão obter maior eficácia para encontrar fragmentos dos corpos", disse.
 
Segundo Aihara, todas as estações serão instaladas onde funcionava o Terminal de Carga Ferroviária da Vale. Ele conta que, em menos de um mês da instalação da primeira unidade no local, dez fragmentos de corpos já foram localizados. A segunda unidade entrará em operação em novembro e, as outras três, já devem estar em pleno funcionamento no mês de janeiro ou fevereiro do ano que vem.
 
Empenho
 
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, oito joias - como os familiares chamam as vítimas - ainda não foram encontradas pelos bombeiros. Todas as outras já foram localizadas e identificadas. Na tragédia, 272 pessoas perderam a vida - duas estavam grávidas.

 Até agora, já foram analisados 10,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, o equivalente a 4,2 mil piscinas olímpicas. A área atingida chegou a 10 quilômetros lineares. Ao todo, foram empregados na operação 4.142 bombeiros, aproximadamente 70% do efetivo que se encontra na ativa. A efetividade na operação chegou a 97,03%.
 
A lama dos 12 milhões de metros cúbicos do rejeito percorreu cerca de 290 hectares, atingindo a estrutura da Vale, residências, comércio, sítios e destruindo plantações, mata nativa e rios da região. O rejeito da barragem se deslocou pelo leito do Ribeirão Ferro-Carvão (Córrego do Feijão) até atingir o Rio Paraopeba, que fica a uma distância de 10 quilômetros de onde ocorreu a tragédia.
 
Minutos após o rompimento da Barragem B1, o CBMMG recebeu dezenas de ligações solicitando o empenho dos militares em ações de busca e salvamento das vítimas do rompimento. Imediatamente, foram acionadas várias unidades da corporação da Região Metropolitana de Belo Horizonte, dando início à maior operação de busca e salvamento da história.
 
A fim de otimizar o gerenciamento e o emprego dos recursos da Operação Brumadinho, foi implementado o Sistema de Comando de Operações (SCO), ferramenta gerencial utilizada para garantir agilidade nas operações. O SCO permitiu a adoção de uma estrutura organizacional integrada e padronizada, com a distribuição das principais tarefas e atribuições da operação de resposta entre os agentes empregados de forma organizada e eficiente.

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