O ministro da Educação, Rossieli Soares, afirmou hoje (3) que o
governo vai liberar recursos emergenciais para atender o Museu Nacional
do Rio de Janeiro, após o incêndio, neste domingo (2), que destruiu o
prédio e o acervo da instituição. Segundo ele, é necessário que se faça
um projeto executivo após avaliar as perdas, para saber exatamente
quanto terá de ser empregado para a recuperação do museu. “A prioridade
[do governo] é que se coloque o recurso necessário para a recuperação do
museu”.
O ministro que concede hoje coletiva de imprensa para tratar da
qualidade das escolas brasileiras, iniciou as apresentações citando o
incêndio no museu e reafirmando apoio. Ao final, voltou a falar da
tragédia.
Segundo ele, caso o projeto fique pronto este ano, o recurso poderá
ser liberado este ano. “A obra não será rápida, o prédio é histórico,
não é refazer de qualquer jeito”, disse, ao ser questionado por
jornalistas. O ministro afirmou ainda que não tem uma estimativa de
quanto será necessário para a reconstrução.
O ministro disse ainda que há cerca de dez dias encontrou o reitor
Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
responsável pelo museu, justamente para discutir a necessidade de
reforma da instituição. “Um dos temas que tratamos era a reforma do
museu com recursos angariados e aquilo no que o MEC precisaria atuar. A
responsabilidade [do governo] existe, é histórica e nós entendemos que
agora é o momento da reconstrução com todo mundo junto”.
Segundo ele, não apenas o museu, mas outros prédio da universidade
precisam de cuidados. “A UFRJ é muito peculiar por ocupar muitos prédios
históricos, esse será um dos temas de discussão [da reunião de hoje à
tarde]”.
Perguntado sobre a responsabilidade do MEC pelo que ocorre, uma vez
que o Museu Nacional é vinculado à UFRJ, que por sua vez é vinculada ao
MEC, o ministro assumiu que a responsabilidade “é nossa, mas não é
exclusiva de agora”.
“Fizemos um trabalho importante com a sanção do Orçamento do MEC
sendo melhorado para 2019, o que é um sinal importante, mesmo em tempos
difíceis”, afirmou e acrescentou: “Mas a reforma necessária, desde a
época que se tinha mais recursos, não foi feita, provavelmente, a
reforma necessária”.
Hoje à tarde, Soares e o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão,
reúnem-se com o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Roberto Leher. O reitor disse que cobrará do governo federal empenho
para reconstruir o prédio e o acervo da instituição, que, segundo o
próprio Museu Nacional, tem a maior coleção da América Latina.
BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
informou que está a disposição da direção do Museu Nacional e da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para redirecionar recursos
já aprovados para o museu para se somarem aos esforços de reconstrução
do prédio, além da restauração do acervo.
Na nota, o BNDES se solidariza com e lamenta a tragédia: “Alinhado ao
sentimento de perda do conjunto da sociedade brasileira, o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lamenta o trágico
incêndio que acometeu neste domingo (2), o Museu Nacional, no Rio de
Janeiro”.
Um contrato assinado em junho, durante as comemorações de 200 anos da
instituição, previa a destinação de R$ 21,7 milhões para a terceira
fase do plano de investimento de revitalização do Museu (as duas fases
anteriores não contaram com recursos do Banco).
Segundo a nota, o primeiro desembolso do contrato entre o BNDES, a
Associação de Amigos do Museu Nacional e a UFRJ, cujo prazo total de
execução seria de 4 anos, estava previsto para outubro deste ano, no
valor de R$ 3 milhões.
O apoio do Banco a essa terceira fase previa, inclusive, a elaboração
de projeto executivo de combate a incêndio e, por exigência do BNDES,
previa também sua efetiva implantação. “Estavam incluídos ainda, no
escopo do contrato, a remoção de toda a coleção armazenada em solução
inflamável para uma edificação anexa ao prédio histórico, a
reestruturação do sistema elétrico e a criação de um fundo patrimonial
para garantir a sustentabilidade financeira de longo prazo do museu”.
IBGE
Na manhã desta segunda-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) entrou em contato com a direção do Museu Nacional,
para oferecer apoio, bem como suas próprias instalações físicas. O
instituto se colocou à disposição do museu “para ajudar no que for
preciso”.
Em nota, o IBGE lamentou “profundamente o incêndio".
*Com informações do repórter Nielmar de Oliveira, do Rio de Janeiro
Por
Mariana Tokarnia
Fonte: Agência Brasil
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