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🌍💧 Sustentabilidade e Mudanças Climáticas: O Desafio da Seca e o Acorde da Resiliência

  • Foto do escritor: Rádio AGROCITY
    Rádio AGROCITY
  • 13 de nov.
  • 5 min de leitura
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O Clima Não Espera: Adaptar é Preciso, Preservar é a Única Opção


Por Arthur Terra & Viola, Colunista e Repórter Especial em Agronegócio e Cultura Sertaneja


Belo Horizonte, 13 de Novembro de 2025


A informação que move o campo e o ritmo que embala a cidade. Inteligência e dinâmica no ar!


Boa prosa, meu povo! É com a seriedade que o tema exige, mas com o otimismo que a tecnologia nos permite, que abrimos o Giro AgroSertanejo de hoje para falar sobre o maior desafio do nosso tempo: Sustentabilidade e Mudanças Climáticas.


O campo sempre dependeu do tempo. O ciclo de chuva e sol rege a vida do produtor. No entanto, o que vemos hoje não é a variação normal; é a ruptura. Períodos de seca mais longos, chuvas torrenciais fora de época e ondas de calor extremas. As mudanças climáticas não são mais uma teoria distante; são a realidade no portão da fazenda.


Para o Brasil, líder mundial na produção de alimentos, a sustentabilidade deixou de ser um diferencial de mercado e se tornou uma exigência de sobrevivência e competitividade. O produtor que entende a responsabilidade ambiental e adota práticas resilientes não apenas protege o planeta, mas garante o futuro e a rentabilidade do seu próprio negócio. A sustentabilidade é o novo seguro da safra.


1. O Clima Extremo: O Impacto Direto na Lida do Campo


O aumento da temperatura média global, impulsionado pela concentração de gases de efeito estufa, gera consequências dramáticas e diretas para a cadeia produtiva rural.


1.1. Quebra de Safra, Prejuízo e Risco Hídrico


  • Irregularidade Hídrica: Onde chovia de forma regular, hoje chove concentrado ou não chove. Isso exige investimentos pesados em sistemas de irrigação inteligente e o uso de cultivares mais tolerantes à seca. A seca no Sul e no Nordeste brasileiro é um alerta constante.

  • Aumento de Pragas e Doenças: O calor e a umidade alterados criam um ambiente propício para a proliferação e migração de pragas e vetores. O produtor precisa de mais monitoramento e de estratégias de Manejo Integrado de Pragas (MIP) mais sofisticadas.

  • Perda de Produtividade: Temperaturas extremas, especialmente durante períodos de florescimento ou enchimento de grãos, causam estresse fisiológico nas plantas, diminuindo a qualidade e o rendimento da colheita.

Arthur Terra & Viola InSight: A falta de previsibilidade climática é um convite para o produtor revisar toda a sua matriz de risco. Não basta ter um bom contrato de hedge financeiro; é preciso ter um hedge climático. E esse seguro é construído com tecnologia e práticas sustentáveis, como a adoção da Agricultura de Baixo Carbono.

2. O Rastreamento de Carbono: Do Emissor ao Sequestrador


O Agronegócio é visto, muitas vezes de forma injusta, como um grande emissor. O desafio é mudar essa narrativa e provar o papel do Brasil como um gigante sequestrador de carbono.


2.1. O Programa ABC e as Tecnologias de Resiliência


O produtor brasileiro tem ferramentas eficientes para mitigar as mudanças climáticas e se adaptar a elas. O Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), do Governo Federal, é a grande bússola.

Tecnologia ABC

O Que Faz

Impacto na Sustentabilidade

Plantio Direto (SPD)

Não revolvimento do solo

Aumenta o sequestro de Carbono, retém mais água (resiliência à seca), reduz a erosão.

ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta)

Combina culturas, pastagens e árvores na mesma área.

Aumenta a biodiversidade, melhora a qualidade do solo e gera renda diversificada.

Recuperação de Pastagens Degradadas

Aumento da produtividade em pastos já existentes.

Evita a necessidade de abrir novas áreas (desmatamento) e aumenta o sequestro de carbono do solo.

Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN)

Uso de bactérias para capturar Nitrogênio do ar.

Redução drástica da necessidade de fertilizantes nitrogenados industriais (que consomem muita energia e geram GEE).

  • A Pecuária Carbono Neutro (PCN): O Brasil avança na certificação de carne onde as emissões de metano do rebanho são compensadas pelo sequestro de carbono das pastagens e das árvores presentes no sistema ILPF. Isso agrega um valor imenso ao produto no mercado internacional.


3. O Sertanejo e a Conscientização Ambiental: A Viola na Luta pela Terra


A conexão entre a cultura sertaneja e o tema da sustentabilidade é profunda. O Sertanejo de raiz sempre cantou sobre a força da natureza e a importância da água. A nova geração de artistas traz essa pauta para os holofotes, influenciando milhões de pessoas na cidade e no campo.


3.1. A Música como Ferramenta de Engajamento


  • Validação da Causa: Quando um grande nome da música sertaneja utiliza sua voz para falar sobre a preservação de nascentes, o combate ao desmatamento ou a importância do produtor como preservador, a mensagem ganha uma credibilidade cultural incomparável.

  • O Orgulho da Origem Sustentável: A nova moda de viola celebra o produtor moderno, que utiliza tecnologia e cuida do meio ambiente. Isso ajuda a construir uma imagem positiva e moderna do Agro, desmistificando a visão de que a produção é inimiga da natureza.

  • A Água nas Letras: A escassez hídrica se tornou um tema de preocupação nacional. Assim como a música sertaneja fala de amor e saudade, ela precisa falar da Água, o bem mais precioso do campo. É um convite à reflexão e à ação.

Causo & Negócio: O produtor que utiliza o Plantio Direto não está apenas seguindo uma regra; ele está deixando um legado. Ele está investindo na saúde do seu solo e garantindo que seus filhos e netos tenham uma terra mais fértil. Isso é o que a gente chama de "sucesso de geração" — um tema digno de uma grande moda de viola.

4. O Mercado Global e a 'Tarifa Verde': O Custo da Não Sustentabilidade


A sustentabilidade não é uma escolha ética opcional; é uma condição de acesso aos principais mercados consumidores do mundo.


4.1. O Futuro das Exportações


  • Exigência Europeia: Mercados como a União Europeia implementam regulamentações que exigem a comprovação de que o produto não veio de áreas de desmatamento ilegal (o chamado due diligence).

  • Finanças Sustentáveis: Bancos e fundos de investimento (BNDES e privados) estão cada vez mais priorizando o crédito rural para produtores com baixo risco ambiental, que comprovam a adesão a práticas sustentáveis e possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em dia. O custo do dinheiro é mais baixo para quem é verde.

  • O Consumidor Premium: Produtos com o selo de sustentabilidade, Fair Trade ou Carbono Neutro alcançam preços mais altos, como vimos no post sobre Diversificação. A sustentabilidade se traduz diretamente em lucro.


Resumo do Risco (A Faca e o Queijo):


Se não houver Sustentabilidade...

Se houver Sustentabilidade...

Risco de Mercado: Barreira de entrada em países desenvolvidos (Tarifa Verde).

Acesso ao Mercado: Vantagem competitiva, abertura de novos nichos.

Risco Climático: Quebra de safra por seca/enchente; prejuízo não coberto.

Resiliência: Melhor retenção de água no solo, menor risco climático.

Risco Financeiro: Crédito mais caro ou indisponível; compliance zero.

Atração de Investimento: Linhas de crédito verde com juros menores.

Risco de Imagem: Associações negativas com desmatamento e degradação.

Valorização da Marca: Imagem positiva, storytelling de preservação.


Conclusão: O Passado é a Terra, o Futuro é a Gestão


Não há como falar em Agronegócio de longo prazo sem falar em Sustentabilidade e Adaptação Climática. O produtor brasileiro tem o solo, a tecnologia e, acima de tudo, o conhecimento tradicional para liderar essa transição. A resiliência do nosso campo está em sua capacidade de inovar e de respeitar o ciclo da natureza.


O convite do Giro AgroSertanejo de hoje é para você: Qual prática de sustentabilidade você pode implementar ou aprimorar na sua fazenda para mitigar o risco climático na próxima safra? Seja Plantio Direto, FBN ou ILPF, o momento de agir é agora. O clima não espera, e o mercado não perdoa a inércia.


Pense nisso com carinho. A terra é herança, e o nosso dever é deixá-la mais forte para quem vier depois.


Um forte abraço, e que a sua gestão seja tão verde quanto rentável!


Arthur Terra & Viola


Qual o maior desafio para você em implementar práticas sustentáveis na sua região: o custo inicial ou a falta de informação e crédito? Me conte, vamos levar essa pauta para as autoridades no nosso próximo "Causos e Negócios"!

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