A B3 e a Luta Contra a Taxação de Bets e Fintechs
- Rádio AGROCITY

- 12 de nov.
- 4 min de leitura
Recentemente, um diretor da B3 revelou que a instituição está em conversação com líderes para buscar a exclusão da bolsa de valores da taxação proposta sobre apostas (bets) e fintechs. O governo federal está considerando essas medidas como parte de um esforço para aumentar a arrecadação, especialmente após a queda de uma Medida Provisória relacionada. Assim, é fundamental entender as implicações dessa discussão e o que está envolvido nessa tentativa da B3 de proteger seus interesses e os da indústria.

O Cenário Atual da Taxação
O debate sobre a taxação de apostas online e fintechs surge em um contexto onde o governo busca novas fontes de receita. Uma vez que as apostas online têm crescido exponencialmente no Brasil, assim como as fintechs, que oferecem soluções financeiras inovadoras, a taxação sobre esses serviços poderia resultar em significativas mudanças econômicas para ambos os setores. De acordo com estimativas do mercado, a arrecadação pode aumentar em bilhões, mas a um custo alto para a inovação e a competitividade.
É importante ressaltar que a ideia de taxar esses setores não é nova. Muitas nações começaram a regulamentar e tributar as apostas online para garantir que uma parte dos lucros fosse direcionada ao governo, mas o Brasil ainda está moldando seu caminho nessa área.
O Papel da B3 na Discussão
Diante desse cenário, a B3 se posiciona como um interlocutor ativo. A Bolsa de Valores do Brasil se preocupa com o impacto direto que a taxação pode ter sobre as fintechs listadas e o mercado de apostas, ambos fundamentais para a dinamização econômica. O aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e impostos sobre a receita bruta pode restringir o crescimento e a inovação.
O diretor da B3 destacou que a empresa está engajada em discussões com líderes do setor e governo para assegurar que a Bolsa e seus participantes não enfrentem um aumento excessivo de impostos. Essa estratégia não é apenas defensiva, mas também proativa, visando garantir um ambiente regulatório mais equitativo.

O Impacto Potencial da Taxação
É crucial considerar os efeitos adversos que essa nova taxação pode provocar. Para as fintechs, um aumento da CSLL poderia significar a necessidade de se reestruturar financeiramente, cortando investimentos e, consequentemente, inibindo inovações. Mais do que isso, poderia levar à redução de serviços oferecidos aos consumidores, pois as empresas tentariam compensar os custos adicionais.
No mercado de apostas, a situação é semelhante. Com a possibilidade de uma contribuição sobre a receita bruta, as operadoras podem ser forçadas a aumentar seus preços, o que pode levar a uma redução da base de clientes. A longo prazo, isso pode não apenas diminuir a receita gerada, mas também transformar o Brasil em um ambiente menos atraente para os investidores.
O Papel das Lideranças no Processo
A participação de líderes empresariais e do governo é fundamental nesse processo. Dialogar com lideranças é o primeiro passo para garantir que as necessidades do setor financeiro sejam ouvidas e levadas em conta. Essa conversa deve incluir:
Educação e Sensibilização: Explicar ao governo as nuances e contribuições que tanto as fintechs quanto as operações de apostas trazem para a economia.
Propostas de Políticas Alternativas: Apresentar alternativas de tributação que sejam mais equilibradas e que não inibam o crescimento.
Colaboração para um Crescimento Sustentável: Estabelecer um ambiente colaborativo que promova tanto a inovação quanto a arrecadação fiscal.
A B3, por meio de suas ações, está se esforçando para alinhar os interesses do governo e das empresas para que, progressivamente, o Brasil não perca seu espaço no competitivo cenário internacional.
Exemplo de Outras Nações e Seus Modelos de Taxação
Um exemplo prático pode ser visto em outras nações que já implementaram taxas sobre apostas e fintechs. A Inglaterra, por exemplo, tem um modelo de taxação que, apesar de alta, foi construído com diálogo com as partes interessadas. O resultado foi um mercado mais robusto e que simultaneamente contribui com altos níveis de arrecadação para o governo.
Além disso, alguns países, como Portugal, optaram por uma taxação escalonada para as fintechs, de forma a incentivar as startups a crescerem antes de onerá-las demais. Esses exemplos mostram que a construção de um modelo justo e efetivo é perfeitamente viável quando há colaboração entre o governo e o setor privado.

Considerações Finais sobre a Taxação
A discussão sobre a taxação de apostas e fintechs no Brasil está longe de ser resolvida. Enquanto a B3 trabalha ao lado de lideranças para evitar contratempos, é vital que o governo também ouça o setor e entenda o impacto econômico que essas decisões podem ter. A colaboração é necessária para criar um ambiente onde não haja um conflito entre arrecadação e crescimento.
Neste momento crítico, a inserção de medidas que favoreçam a competitividade e a inovação pode ser a chave para um futuro próspero não apenas para a B3, mas também para toda a economia brasileira. A postura proativa da B3, ao dialogar com líderes de diversas esferas, mostra que é possível alcançar um equilíbrio entre a arrecadação fiscal e o crescimento do mercado tecnológico e de apostas.
Não resta dúvida de que as próximas semanas serão decisivas para o futuro dos setores de apostas e fintechs no Brasil. Resta esperar que a voz da indústria seja ouvida e que soluções que favoreçam tanto o governo quanto os investidores sejam estabelecidas.
Por meio de um enfoque colaborativo, a esperança é que a B3 e seus parceiros consigam negociar um caminho que minimize o impacto da taxação e promova um cenário econômico saudável e inovador para o Brasil.







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