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A Logística do Agro Rumo a 2026: Arco Norte e a Crise da Armazenagem

  • Foto do escritor: Rádio AGROCITY
    Rádio AGROCITY
  • há 13 horas
  • 3 min de leitura

O agronegócio brasileiro vive um paradoxo. De um lado, as safras têm batido recordes históricos em produção; do outro, enfrenta sérias falhas logísticas que ameaçam a competitividade dessas colheitas. O Brasil tem uma riqueza imensa em recursos naturais e uma capacidade formidável de produção, mas o escoamento desses produtos ainda esbarra em enormes gargalos. Nesta análise, veremos três dos principais obstáculos - rodoviário, armazenagem e frete - e discutiremos a tese central sobre a migração intermodal e a necessidade de investimento em infraestrutura, com foco na estratégia do Arco Norte.


Escoamento de Grãos: Como a Infraestrutura Deficiente Ameaça a Competitividade da Safra Recorde


A produção de grãos em 2023, por exemplo, alcançou a casa dos 270 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação a anos anteriores. Essa vitória, no entanto, é contaminada pela ineficiência no escoamento. A infraestrutura de transporte do Brasil, predominantemente rodoviária, mostra-se inadequada para suportar tamanho volume de carga. A cada safra, agricultores enfrentam desafios logísticos que aumentam os custos, sem contar o prejuízo ambiental proveniente do excesso de caminhões nas estradas.


Excesso rodoviário e pressão nos custos


A dependência excessiva do transporte rodoviário é um dos maiores gargalos da logística agropecuária. Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostram que cerca de 65% das mercadorias do agro são transportadas por caminhões. Isso não apenas resulta em custos elevados, mas também gera desgaste nas estradas, aumentando os custos operacionais e elevando o impacto ambiental.


  • Por exemplo, o custo médio do frete pode aumentar em até 30% em relação a um modal alternativo como a ferrovia.

  • O tempo médio de frete também é comprometido, com veículos de carga enfrentando congestionamentos constantes, resultando em janelas de competitividade mais restritas.


Além disso, a poluição gerada pelo excesso de veículos pesados contribui para a degradação ambiental, criando uma situação insustentável para o setor.


High angle view of a congested truck route
Estrada congestionada com caminhões levando grãos.

Foco em ferrovias/hidrovias


Uma alternativa à pressão rodoviária é a ampliação do uso de ferrovias e hidrovias, especialmente com a estratégia do Arco Norte. O governo brasileiro projeta aumentar a participação ferroviária no escoamento da safra, com investimentos em novos trechos de ferrovias.


  • O Arco Norte é uma via vital, pois conecta as regiões produtoras do Centro-Oeste às exportações pelo Norte do Brasil. O investimento estimado nesse projeto é de R$ 24 bilhões, e a meta é aumentar a participação do transporte ferroviário de 15% para 30% até 2026.


Alguns trechos já em operação mostram que esse aumento pode reduzir custos logísticos em até 40%. A migração para transportes alternativos não só melhora a eficiência do escoamento, mas também garante um menor impacto ambiental e maior sustentabilidade.


Wide angle view of a railway with grain transports
Vista panorâmica de uma ferrovia com transportes de grãos.

Armazenagem como gargalo invisível


Enquanto muitos focam nas dificuldades de transporte, a armazenagem também emerge como um gargalo invisível, mas crítico. Embora a produção tenha crescido, o Brasil ainda carece de infraestrutura de armazenamento.


Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que, em anos de safra recorde, políticas de financiamento para a construção de silos e armazéns são insuficientes. A falta de armazenamento adequado leva a perdas significativas, com estimativas de que cerca de 10% da produção se perca a cada ano devido à má armazenagem.


  • Essas perdas não apenas impactam a renda dos produtores, mas também elevam os preços para o consumidor final. É uma situação que requer um planejamento mais eficaz e uma política pública que incentive a construção de novas estruturas de armazenamento.


Eye-level view of grain storage facilities
Vista em nível ocular de instalações de armazenamento de grãos.

Dicas de Planejamento Logístico para 2026


  1. Avaliar a Diversificação de Modais: Considere a substituição do transporte rodoviário por ferroviário ou hidroviário sempre que possível, reduzindo custos e promovendo a sustentabilidade.

  2. Investir em Armazenagem: Desenvolver parcerias com cooperativas e iniciativas privadas para construir silos e armazéns, evitando perdas e aumentando a eficiência.


  3. Monitorar Custos de Frete e Logística: Utilizar ferramentas para análise de custos logísticos e buscar renegociações com empresas de transporte.


  4. Adotar Tecnologias de Gerenciamento de Estoque: Implementar sistemas que melhorem o controle de armazéns e estoques, garantindo que a produção tenha um fluxo constante e eficiente.


"O Brasil perde, anualmente, cerca de R$ 50 bilhões em grãos devido a problemas logísticos." - Conab

A Necessidade de Mudança


As evidências são claras: a infraestrutura logística do agronegócio brasileiro é um dos maiores desafios que enfrentamos. Para alcançarmos os objetivos de escoamento e competitividade até 2026, será essencial investir em modais alternativos, dar foco à estratégia do Arco Norte e resolver os problemas de armazenagem.


A responsabilidade está nas mãos de todos: do governo às empresas do setor, passando pela colaboração entre produtores e consumidores.


Se você deseja entender mais sobre como o crédito e os riscos impactam a agricultura brasileira, leia mais aqui sobre Crédito/Risco.


Meta Description: Descubra a importância da logística no agronegócio do Brasil e como o Arco Norte pode ajudar a resolver gargalos na armazenagem e transporte.


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