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📉 Juros em Dois Dígitos até 2026: Mercado Vê Primeiro Alívio na Selic em Meio à Luta Contra a Inflação

  • Foto do escritor: Rádio AGROCITY
    Rádio AGROCITY
  • há 6 dias
  • 3 min de leitura
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Introdução (Lide de Cautela Otimista)


O mercado financeiro brasileiro inicia a contagem regressiva para o fim do ciclo de juros altos, mas a cautela do Banco Central (BC) prevalece. Embora a taxa Selic – a referência para todos os juros da economia – tenha sido mantida em 15,00% ao ano por um período prolongado, as projeções do Boletim Focus para o final de 2026 trazem um sinal de alívio: a expectativa mediana para a Selic no próximo ano recuou para 12,25%.


Essa perspectiva indica que a política monetária rigorosa, atualmente em curso, deve surtir efeito, aproximando a inflação (medida pelo IPCA) do centro da meta em 2026. No entanto, o início do ciclo de cortes ainda é incerto e totalmente dependente da disciplina fiscal e da desaceleração da inflação de serviços.


O Rígido Compromisso do Banco Central


O Copom tem sido enfático em sua comunicação. A manutenção da Selic no atual patamar tem o objetivo de combater a persistência inflacionária, especialmente a de serviços. A Ata da última reunião deixou claro que o Comitê está disposto a manter os juros altos "por um período bastante prolongado" até ter certeza da convergência da inflação para a meta, que se mostra desafiadora no horizonte de 2025.


  • Inflação em Vista (IPCA): As projeções do mercado apontam uma queda gradual do IPCA. Para 2025, o índice ainda é visto ligeiramente acima do teto da meta (4,50%), mas para 2026, a expectativa já se situa em uma faixa mais confortável, por volta de 4,20%, reforçando a aposta em juros mais baixos no médio prazo.

  • O "Ponto de Virada": Analistas apontam que o primeiro corte na Selic deve ocorrer no primeiro semestre de 2026, possivelmente entre março e maio, dependendo de como o cenário externo (especialmente a política de juros dos EUA) e o cenário doméstico (o controle dos gastos públicos) se comportarem.


O Dilema do Investidor: Renda Fixa vs. Renda Variável


O cenário de juros em dois dígitos até 2026 mantém a Renda Fixa como a principal alternativa para o investidor conservador e de médio prazo.


  • A Atratividade dos Títulos: Produtos atrelados à Selic (como Tesouro Selic, CDBs e LCIs/LCAs com boa taxa) continuam a oferecer um retorno real (acima da inflação) robusto, atraindo grandes volumes de capital, inclusive estrangeiro.

  • Volatilidade na Bolsa: Com a expectativa de queda gradual dos juros em 2026, o mercado de Renda Variável (Bolsa de Valores) pode ganhar fôlego. Historicamente, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimular o crescimento do PIB (que está projetado para modestos 1,78% em 2026) e, consequentemente, aumentar o lucro das empresas, tornando as ações mais atraentes.

Nota para o Investidor: Enquanto a Selic permanecer em patamares próximos a 15% (2025), a prioridade de alocação deve ser a segurança e a rentabilidade garantida da Renda Fixa. O movimento para a Renda Variável deve ser gradual e estratégico, antecipando o ciclo de queda de juros de 2026.

Risco Fiscal: A Grande Incerteza


O principal fator que ameaça a projeção de queda da Selic em 2026 é o risco fiscal. O Banco Central tem reiterado que a percepção de falta de controle sobre as contas públicas pode minar a credibilidade da política monetária e pressionar a inflação novamente, exigindo a manutenção de juros mais altos.


Medidas que aumentem o gasto público ou reduzam significativamente a arrecadação, como a concessão de novas isenções, são vistas com desconfiança pelo mercado e podem adiar o esperado início do corte da Selic, mantendo o custo do crédito elevado para famílias e empresas por mais tempo.



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