top of page

Operação Trampo: Polícia Federal Atinge Organização Criminosa que Fraudava FGTS e Auxílio Emergencial em R$ 45 Milhões

  • Foto do escritor: Rádio AGROCITY
    Rádio AGROCITY
  • há 3 dias
  • 5 min de leitura
ree

Introdução


A Polícia Federal (PF), com o apoio essencial do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal (GAECO/MPF), deflagrou na manhã desta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, a "Operação Trampo". O objetivo central da investida policial foi desmantelar e promover a descapitalização de uma sofisticada organização criminosa de atuação interestadual, cujos núcleos operavam primariamente a partir dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A ação massiva mobilizou cerca de 100 policiais federais, focados no cumprimento de ordens judiciais em uma vasta área geográfica.


O cerne da investigação e da operação se concentra na prática de crimes financeiros complexos e de alto impacto social, envolvendo a subtração de valores custodiados em contas da Caixa Econômica Federal (CEF). Os alvos prioritários dos criminosos eram fundos federais destinados a beneficiários em situação de vulnerabilidade social, notadamente os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Auxílio Emergencial. Em um resultado preliminar que dimensiona a gravidade do esquema, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens pertencentes aos investigados, cujo valor total é estimado em aproximadamente R$ 45 milhões.


O Detalhe da Operação/Ação


A Operação Trampo foi desencadeada após meses de investigações sigilosas que mapearam a estrutura e a modus operandi do grupo. No total, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro, com ações simultâneas nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, no Rio, e em São Paulo, Várzea Paulista, Indaiatuba e Salto, no interior paulista.


A execução dos mandados focou na obtenção de provas materiais e digitais, essenciais para consolidar a acusação contra a rede criminosa. Além das buscas, a Justiça impôs medidas cautelares diversas da prisão a 21 indivíduos sob investigação. Tais medidas incluem o recolhimento de passaportes, a proibição expressa de se ausentar do país e do estado onde residem, a restrição de manter contato com os demais investigados e, ainda, o comparecimento mensal em Juízo para informar e justificar suas atividades.


O trabalho investigativo revelou um esquema meticulosamente organizado. O grupo se valia da obtenção ilícita de dados sigilosos de beneficiários e correntistas da Caixa, utilizando técnicas avançadas para acessar indevidamente as contas bancárias das vítimas. Para driblar a segurança e o rastreamento, os criminosos frequentemente utilizavam conexões de internet registradas em nome de terceiros — os chamados “laranjas digitais” — garantindo um manto de anonimato para suas atividades. Uma vez dentro das contas, os criminosos executavam saques fraudulentos e realizavam pagamentos de boletos digitais, escoando os valores subtraídos rapidamente e com rastreabilidade dificultada.


A precisão do esquema demonstra o nível de especialização da organização, que contava com indivíduos de funções específicas e coordenadas, desde a etapa de aquisição dos dados bancários até o uso e o posterior "branqueamento" dos valores desviados. A atuação conjunta da PF e do MPF, neste sentido, foi crucial para identificar o fluxo financeiro e a estrutura hierárquica por trás das fraudes.


O Contexto Legal do Crime


Os investigados na Operação Trampo estão sujeitos a responder por uma série de crimes graves previstos no Código Penal Brasileiro e em legislações extravagantes. As principais tipificações penais aplicadas ao caso incluem a constituição de Organização Criminosa, crime que pressupõe a associação de quatro ou mais pessoas para a prática de infrações; Furto Qualificado mediante Fraude Eletrônica, dada a utilização de meios digitais para a subtração dos valores; e Lavagem de Capitais, caracterizada pela tentativa de ocultar ou dissimular a origem ilícita dos bens e valores subtraídos, muitas vezes por meio do uso de contas de terceiros e aquisição de bens. Adicionalmente, a depender dos laços e métodos internos de obtenção de informações, pode-se incluir crimes como Corrupção Ativa e Passiva e Violação de Sigilo Funcional.

A gravidade dos delitos é acentuada pelo fato de os recursos desviados terem origem em fundos sociais e assistenciais, como o FGTS — um direito fundamental do trabalhador — e o Auxílio Emergencial, criado para mitigar o impacto da crise em pessoas em situação de extrema necessidade. Ao atacar esses programas, a organização criminosa não apenas gera prejuízo financeiro à União e à Caixa Econômica Federal, mas agrava a situação de vulnerabilidade de milhões de brasileiros, demonstrando uma conduta de alto grau de reprovabilidade social. O sequestro de R$ 45 milhões, determinado pela Justiça, reflete a magnitude da fraude e tem o propósito legal de assegurar a reparação do dano e descapitalizar a estrutura do crime organizado.


Atuação das Forças em MG/Nacional


Embora os mandados de busca e apreensão da Operação Trampo tenham se concentrado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, o impacto da ação da Polícia Federal é sentido em todo o território nacional, incluindo Minas Gerais. A PF atua de forma ininterrupta no combate a crimes de ordem financeira e cibernética, que, por natureza, não conhecem fronteiras estaduais. Fraudes contra o sistema bancário federal e programas sociais são uma prioridade da corporação, dado o potencial de lesão massiva à economia e à confiança pública.


Em Minas Gerais e na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o combate a fraudes e organizações criminosas tem sido igualmente intenso, como demonstram as constantes ações da Polícia Civil (PCMG), Polícia Militar (PMMG) e da própria PF em operações recentes contra o tráfico de drogas, o abuso sexual infantojuvenil (como a operação deflagrada recentemente no Norte de Minas) e a sonegação fiscal. A Operação Trampo, portanto, se insere em uma estratégia de segurança pública federal que busca proteger o sistema financeiro e os dados sensíveis dos cidadãos, sendo um marco importante no enfrentamento a crimes do colarinho branco e de alta tecnologia.


A colaboração com o Ministério Público Federal, por meio do GAECO, reforça a sinergia institucional indispensável para a obtenção de provas em casos complexos. Essa articulação é vital, pois o MPF, como titular da ação penal, pode atuar de forma estratégica na coleta de informações e na representação por medidas cautelares junto ao Poder Judiciário, garantindo a eficácia das ações policiais contra estruturas criminosas sofisticadas.


Próximos Passos da Investigação


Com o cumprimento dos mandados e a apreensão de vasto material, a investigação entra em uma nova e crucial fase. Os próximos passos se concentrarão na análise detalhada do material coletado — que inclui computadores, smartphones, documentos, e mídias digitais. O objetivo é quantificar a totalidade dos valores desviados, identificar a extensão da rede criminosa e verificar se houve o envolvimento de terceiros ou de funcionários de instituições financeiras no fornecimento de dados sigilosos.

Os 21 investigados que foram submetidos a medidas cautelares continuarão a ser monitorados e serão ouvidos formalmente, juntamente com testemunhas e vítimas. A Polícia Federal e o MPF buscarão transformar o inquérito policial em denúncia criminal sólida o mais breve possível. O sequestro dos R$ 45 milhões em bens será mantido e, caso a denúncia seja aceita e os réus condenados, os valores deverão ser utilizados para ressarcir os cofres públicos e, eventualmente, compensar as vítimas lesadas pelas fraudes. A expectativa é que, com o avanço da análise probatória, a operação possa alcançar novos desdobramentos e identificar outros membros do esquema que ainda operam em território nacional.


Conclusão


A Operação Trampo da Polícia Federal reitera o compromisso das forças de segurança brasileiras em desmantelar esquemas de corrupção e fraude que buscam lesar o patrimônio público e, indiretamente, o cidadão mais vulnerável. O combate ao crime organizado, seja ele nas ruas ou no ambiente cibernético, exige coordenação e rigor na aplicação da lei. Ações como esta garantem a proteção da integridade dos programas sociais e reforçam a importância da vigilância. Para acompanhar de perto todos os detalhes do Plantão Policial, os boletins de ocorrência mais recentes de Belo Horizonte, Região Metropolitana e todo o estado de Minas Gerais, sintonize a Rádio AGROCITY. Mantenha-se informado com responsabilidade e seriedade.

Comentários


bottom of page