☕ Recorde em Vista: O Café de Minas Sustenta o VBP do Agronegócio e Navega na Volatilidade Global
- Rádio AGROCITY

- há 6 dias
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Introdução (Lide de Otimismo Produtivo)
Minas Gerais, líder inconteste na produção agropecuária nacional, projeta um ciclo de forte crescimento para o Valor Bruto da Produção (VBP) do agronegócio em 2025/2026, impulsionado pela resiliência e a diversificação das lavouras. O carro-chefe dessa expansão é, indiscutivelmente, o café. Mesmo com a pressão da volatilidade do mercado internacional e os riscos climáticos que afetaram o desenvolvimento das floradas recentes, a perspectiva de preços sustentados e a abertura de novos mercados garantem o otimismo no campo.
A safra de café arábica de 2026, embora com expectativas de volume ajustadas devido a eventos de seca e granizo em algumas regiões (como Sul e Cerrado Mineiro), deve manter sua relevância econômica, respondendo por uma fatia significativa do VBP estadual.
O Protagonismo Inabalável do Café
A força da cafeicultura mineira no cenário global é o fator central para o bom desempenho econômico do agronegócio local.
Preços em Alta: O preço do café (tanto arábica, dominante em MG, quanto robusta) tem se mantido em patamares elevados, uma tendência que, segundo especialistas, deve persistir até 2026. A principal causa é a combinação de estoques globais reduzidos e o impacto de safras anteriores prejudicadas por eventos climáticos extremos no Brasil e em outros países produtores.
Expansão de Mercados: Minas Gerais tem explorado ativamente a expansão para novos destinos. O aumento expressivo das exportações para países asiáticos, como a China, tem gerado novas demandas e sustentado a receita do setor. A capacidade do café mineiro de comprovar a sustentabilidade da produção, por meio de plataformas de rastreabilidade, também o posiciona favoravelmente frente às novas e exigentes regulamentações europeias.
Investimento Estadual: Em um sinal de apoio contínuo ao setor, o Governo de Minas anunciou um volume recorde de crédito, ultrapassando R$ 2 bilhões para o Plano Safra 2025/2026, com linhas específicas para cooperativas e produtores, fomentando o investimento em tecnologia e manejo preventivo.
O Efeito Clima: Entre a Preocupação e o Manejo
O grande desafio imediato para a safra 2026 está no clima. As floradas recentes, essenciais para definir o potencial produtivo do próximo ciclo, ocorreram sob a ameaça de déficits hídricos e altas temperaturas em outubro e novembro.
Risco do "Pegamento": O sucesso da safra depende do "pegamento" das flores, ou seja, a transformação delas em pequenos frutos (chumbinhos). Sem chuvas regulares e em volume adequado após a florada, o risco de perda é alto, resultando em menor uniformidade e rendimento do grão.
Estratégias de Resiliência: Os cafeicultores mineiros, apoiados por cooperativas (como a Cooxupé) e entidades de pesquisa (EPAMIG), têm intensificado o manejo preventivo. A adoção de irrigação por gotejamento, técnicas de sombreamento e o uso de cultivares mais resistentes à seca são estratégias cruciais para mitigar a dependência da chuva e garantir a continuidade da produção, mesmo diante das mudanças climáticas.
Diversificação e Outras Culturas
Embora o café seja o motor, o agronegócio mineiro se beneficia de sua diversificação:
Soja e Milho: A produção de grãos continua em alta, respondendo à demanda crescente por commodities e à produção de biodiesel. A rentabilidade do milho tem incentivado produtores a incluí-lo em rotação com o café, melhorando a saúde do solo.
Pecuária: O segmento pecuário também projeta crescimento, com destaque para a produção de leite (Minas é o maior produtor nacional) e a carne bovina, demonstrando a robustez de toda a cadeia produtiva do estado.
Conclusão (Perspectiva de Mercado)
O cenário para o agronegócio mineiro em 2026 é de crescimento cauteloso. A elevação dos preços internacionais e o trabalho dos cafeicultores para adotar práticas resilientes garantem uma base sólida de VBP, mesmo que o volume da safra 2026 possa não atingir os patamares recordes de anos anteriores devido ao estresse hídrico.
A mensagem para o produtor mineiro é clara: gerenciar o risco climático com tecnologia e aproveitar as janelas de preço elevado no mercado futuro. A performance do café de Minas continuará a ser o termômetro da economia do campo, influenciando diretamente a balança comercial e a renda do estado.







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